O modelo de Sistemas Agrossilvipastoris (SASP) é a combinação intencional de árvores (árvores ou outras espécies perenes lenhosas), pastagem e gado, e lavoura agrícola numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Nesses sistemas, ocorrem interações em todos os sentidos e em diferentes magnitudes.


Os Sistemas Agrossilvipastoris apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva.

Por exemplo, a criação de animais com árvores dispersas na pastagem, árvores em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade, melhorar o conforto dos animais.

Embora técnicas de combinação de árvores com agropecuária já tenham sido praticadas antes mesmo do surgimento da agricultura moderna, a ciência da agrossilvicultura surgiu apenas na década de 1970, quando se realizaram grandes estudos sobre o papel das árvores na saúde do solos tropicais. As bases principais da prática estão na silvicultura (estudo da regeneração e exploração de florestas), agricultura, zootecnia e manejo do solo. Seus objetivos variam da produção de alimentos, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, melhoria da paisagem, incremento da diversidade genética e conservação ambiental.

Os Sistemas Agrossilvipastoris têm vantagens em relação aos sistemas convencionais de uso da terra, pois permitem maior diversidade e maior sustentabilidade. A coexistência de mais de uma espécie numa mesma área melhora a utilização da água e dos nutrientes do solo. Há ainda a recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e o controle de ervas daninhas.

Classificação em Sistemas Agrosilviculturais

A classificação dos Sistemas mais empregados inclui: as árvores, os cultivos e os animais, que podem ser classificados como:

Sílviagrícola

     Árvores associadas com cultivos agrícolas anuais e/ou perenes. São exemplos: jardins domésticos, "taungya" (plantio de espécies agrícolas nos primeiros anos dos povoamentos florestais), alley cropping (plantio de árvores em fileiras ou faixas e cultivo agrícola entre as fileiras ou faixas).

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Sistema Lavoura e Floresta. Reprodução - Foto: Nordeste Rural

Silvipastoril

Árvores associadas com pecuária. Esta combinação potencializa a produção de madeira e de proteína animal. São exemplos: Banco de proteína (plantio de árvores em áreas de produção de proteína para corte ou pasto direto), árvores em pastagens naturais e/ou plantadas (para regeneração artificial ou natural de árvores em áreas de pastagens naturais ou artificiais), pasto em áreas reflorestadas.

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Sistema Pecuária e Floresta. Reprodução - Foto: Rural Agropecuária

Agrossilvipastoril

Árvores associadas com cultivos agrícolas e atividade pecuária. Seu correto manejo possibilita ao mesmo tempo a conservação ambiental, o aumento da produtividade agrícola, o conforto e a maior produção animal, além de melhor qualidade de vida, contribuindo para a fixação do homem no campo. São exemplos: jardins domésticos com animais, método "taungya" seguido de pastagem durante a fase de manutenção de florestas.

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Sistema com Agricultura, Pecuária e Floresta. Reprodução - Foto: Embrapa

Por | Editorial Central Florestal

*Com informações de: Embrapa Florestas e Site O Eco.

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