Implementação WebGis desenvolvida pela UFU permite a seleção automática de viveiros, centros de pesquisa, projetos e outras iniciativas da cadeia da restauração


Sistema de geovisualização de mapa digital permite acesso gratuito às principais informações que podem ajudar em projetos de recuperação de áreas degradadas em todo o território nacional. (Imagem: reprodução/Nuplamflor)


O Brasil avançou em suas estratégias para recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, meta assumida no Acordo de Paris. O novo Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG 2025 - 2028), recém-lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), atualizou as estratégias brasileiras para alcançar a meta de recuperar os 12 milhões de hectares (ha) de vegetação nativa até 31 de dezembro de 2030. Compromisso foi assumido inicialmente Acordo de Paris, um tratado internacional assinado por 195 países em 2016 que prevê medidas para conter os impactos das mudanças climáticas e limitar o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius. O compromisso será revisado este ano na COP – 30 em Belém, Brasil.

Segundo o Planaveg 2025-2028, serão combinadas quatro “estratégias transversais” (monitoramento, fomento à cadeia produtiva, financiamento e pesquisa) com “arranjos de implementação”, que preveem a recuperação da vegetação nativa em áreas de preservação permanente, reserva legal e uso restrito, além de áreas públicas e propriedades rurais de baixa produtividade.

 

A corrida do Brasil rumo a restauração

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por meio do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Planejamento e Manejo da Paisagem Florestal (NUPLAMFLOR), do Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG), campus Monte Carmelo, em parceria com a empresa Brandt Environmental Legacies, realizou uma pesquisa de desenvolvimento técnico e científico onde foi realizado um levantamento robusto e detalhado de dados públicos, organizados e implementados em uma plataforma WebGis pública e de fácil usabilidade.

Os pesquisadores mapearam mais de 1.265 registros em todo o território nacional referentes à cadeia da restauração florestal. Foram identificados 782 registros de viveiros florestais (empresas, autônomos, instituições públicas ou privadas); 293 iniciativas de restauração por plantio (ações que visam recuperar áreas degradadas por desmatamento, erosão do solo ou outros fatores, através do plantio de espécies nativas ou da promoção da regeneração natural); 71 grupos coletores de sementes (associações, grupos ou pessoas autônomas); 25 Redes de sementes (pessoas ou organizações que promovem a coleta e venda de sementes florestais e, 94 Centros de pesquisas em sementes e mudas florestais (instituições que desenvolvem estudos, como universidades, setores públicos e privados).


A plataforma pode ser acessada clicando aqui.


O mapa está disponível publicamente e já pode ser utilizado, principalmente, por meio de smartphone ou computador. O webgis desenvolvido pode ser utilizado para ajudar na redução de custos da restauração florestal, auxiliando técnicos e tomadores de decisão a encontrar de maneira mais efetiva as informações de onde estão localizados por exemplo os viveiros florestais para aquisição de mudas para os projetos, ou mesmo os centros e laboratórios de pesquisas, redes de coletores de sementes, além de outros projetos oficializados de recuperação de áreas degradadas.  Um ponto importante é a experiência de geolocalização que os mapas interativos proporcionam. Um cliente que esteja interessado em aquisição de mudas florestais em qualquer estado do país, tem condições de acessar os dados pelo mapa criado.

O WebGis da restauração foi fundamental na apresentação e visualização dos dados, permitindo que os principais atores da restauração no Brasil possam entender com clareza onde estão as principais regiões para criar um importante movimento pela economia florestal rumo ao cumprimento das metas do país no Acordo de Paris.

Dados do Observatório da Restauração e Reflorestamento revelam que o Brasil tem atualmente 153,14 mil hectares da cobertura vegetal original recuperada e 8,76 milhões de hectares reflorestados. Conforme estimativa do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), apenas para cumprir o Código Florestal (Lei 12.651/2012), o Brasil tem um passivo ambiental de 25 milhões de hectares de vegetação nativa que precisa ser recuperada.

As Nações Unidas para mobilizar ações de recuperação ambiental em várias frentes no planeta, lançou a ‘Década da Restauração de Ecossistemas’, e o Brasil está no centro das atenções. O país tem múltiplas urgências: o combate ao desmatamento e a busca de oportunidade para a recuperação do que foi degradado.

Por | Editorial Central Florestal

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