Cresce a mobilização de entidades para equidade
de gênero no setor florestal
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Historicamente
o setor florestal tem características predominantes masculinas. Isto, porém,
não é uma condição. O aumento do número de mulheres no setor vem sendo
registrado, ano após ano. A ascensão de mulheres em postos de liderança e o
aumento da remuneração média das trabalhadoras também é fato, mas ainda está
longe de ser uma igualdade.
Algumas
frentes vêm atuando com o foco em equilibrar esta conta e melhorar as condições
de trabalho das mulheres no setor florestal. Um bom exemplo é a Rede Mulher
Florestal, uma associação independente, criada para promover a discussão para
equidade de gênero no setor florestal. Mulheres e homens, profissionais e
estudantes, pessoas físicas e jurídicas, todos são bem-vindos para debater e
fazer parte da solução.
“A
pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a
mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora. E não
existem hormônios para esses atributos”, afirmou a escritora nigeriana, Chimamanda
Ngozi Adiche. A citação está no “Panorama de Gênero do Setor Florestal”, que
teve a segunda edição lançada pela Rede Mulher Florestal em 2021.
O
documento levantou questões relacionadas à participação feminina no setor
florestal a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS),
dos Indicadores Genéricos Internacionais (IGI) do FSC® e dos WEPs - Princípios
de Empoderamento das Mulheres – Igualdade Significa Negócios.
O
estudo mostrou que, apesar de um pequeno crescimento em relação ao ano
anterior, o setor ainda é predominantemente masculino. Em 2021, dentro de um universo
de 90 mil pessoas que atuaram no setor florestal, a proporção foi 81% de homens
para 19% de mulheres. Em 2020 estes números eram: 87,3% (homens) e 12,7% (mulheres).
Um dado que chamou a atenção na pesquisa em 2021, é que apenas uma área, a de viveiros,
tem a maioria feminina (51,4%).
Já
quando o foco da pesquisa são cargos, dois deles (diretoria de RH e diretoria
de Sustentabilidade) tem a maioria feminina; 56,2% e 66,7%, respectivamente.
Todos os outros, (ao todo 15 foram listados) são compostos por homens em sua
maioria.
Florestar
São Paulo engajada na causa
Entre
as políticas de gestão adotadas pela Florestar São Paulo recentemente está
fomentar a equidade de gênero no setor florestal. Como parte da estratégia veio
a recente inclusão da associação no quadro de associadas da Rede Mulher
Florestal. “A associação da Florestar à Rede Mulher Florestal foi recebida por
nós com muita alegria! Ter uma associação que representa uma fatia expressiva
do nosso setor, traz uma importante contribuição para o alcance da nossa
missão: discutir gênero promovendo o respeito à diversidade e a igualdade de
oportunidades para as mulheres no setor florestal, comenta Mariana Schuchovski,
presidente da Rede Mulher Florestal. “Temos a certeza de que esta será uma
parceria que produzirá excelentes frutos para ambas as organizações”, conclui
ela.
Na
diretoria-executiva da Florestar, desde setembro de 2021, está uma mulher. A
engenheira florestal Fernanda Maria Abilio, tem sólida experiencia no setor,
que incluem mais de 12 anos, passando de trainee a cargos de coordenação na
Eucatex, empresa associada à Florestar São Paulo.
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Foto: Divulgação/Florestar São Paulo. Engenheira florestal Fernanda Maria Abilio |
“Em meus 15 anos de atuação no setor, acompanhei a evolução da inclusão feminina nos mais variados cargos dentro da cadeia produtiva florestal, que ainda é predominantemente masculina. Vejo que as empresas trabalham empenhadas em suas governanças para promover a equidade de gênero no setor florestal. E nós, da Florestar São Paulo, apoiamos iniciativas e oportunidades neste sentido”, afirma a diretora.
O documento “Panorama de Gênero do Setor Florestal 2021” está disponível para download no site da Rede Mulher Florestal (www.redemulherflorestal.org).
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