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Dados sobre a situação das florestas ao redor do mundo foram recentemente publicados (fevereiro, 2021) na revista científica Nature Ecology and Evolution e levantam preocupações. Seus resultados demostram que incêndios anuais estão causando mudanças de longo prazo nas comunidades de arvores e redução no tamanho das florestas.
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Incêndios florestais são os principais responsáveis pelas reduções de biomassa florestal, em regiões tropicais, como no Brasil, eles são frequentes. Sem o devido monitoramento eles podem causar prejuízos econômicos e danos ambientais permanentes.
Veja aqui, como o Engenheiro Florestal pode atuar na gestão de incêndios florestais
O pesquisador da University of Cambridge, líder desse estudo, Dr. Adam Pellegrini e sua equipe mapearam em quatro continentes 29 locais que sofreram alterações ao longo de décadas com frequências de incêndios, em savanas, nos ecossistemas florestais em regiões tropicais e temperadas.
O estudo descobriu que depois de 50 anos, as regiões com os incêndios anuais mais extremos apresentavam 72% menos área de madeira - um substituto para a biomassa - com 63% menos árvores individuais do que em regiões que nunca queimaram. Essas mudanças nas florestas podem reduzir a capacidade de longo prazo delas armazenarem carbono.
O Dr. Adam Pellegrini recomenda que “plantar árvores em áreas onde elas crescem rapidamente é amplamente aconselhável como uma forma de mitigar as mudanças climáticas. Mas para serem sustentáveis, os planos devem considerar a possibilidade de mudanças na frequência e intensidade do fogo a longo prazo.”
Ele acrescentou: “Nosso estudo mostra que embora as regiões mais úmidas sejam melhores para o crescimento das árvores, elas também são mais vulneráveis ao fogo. Isso influenciará as áreas que devemos gerenciar para tentar mitigar as mudanças climáticas”.
Há diversos estudos comprovando que os incêndios em florestas reduzem os nutrientes do solo. Os resultados liderados pelo Dr. Pellegrini demonstram que algumas espécies de crescimento lento são favorecidas pelas baixas quantidades de nutrientes no solo, no entanto isso também pode ser um problema. As espécies que conseguem sobreviver e se desenvolver com pouco nutriente pode limitar a recuperação das florestas como um todo, diminuindo o ciclo de nutrientes no solo - elas retêm o que possuem..
Os incêndios florestais estão desempenhando um papel cada vez mais
importante nas emissões globais de carbono. O fogo queima cinco por cento da superfície da Terra a
cada ano, liberando dióxido de
carbono na atmosfera equivalente a 20% de nossas emissões anuais de
combustíveis fósseis.
“À medida que a frequência e a intensidade do fogo aumentam devido às mudanças climáticas, a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas florestais mudarão de muitas maneiras devido às mudanças na composição das árvores. As espécies de árvores mais tolerantes ao fogo geralmente têm crescimento mais lento, reduzindo a produtividade da floresta. Como a mudança climática faz com que os incêndios florestais se tornem mais intensos e as secas mais severas, pode prejudicar a capacidade de recuperação das florestas - reduzindo sua capacidade de armazenamento de carbono”, - disse Pellegrini.
O fogo pode desempenhar papel importante, dependendo do manejo, em
muitos ecossistemas, promovendo a biodiversidade e estimulando a troca de
nutrientes, no entanto, causa muitos problemas principalmente quando há
frequência de incêndios em áreas florestais. Os incêndios podem provocar
efeitos profundos nos ecossistemas e precisam ser considerados e combatidos de
forma eficiente.
Por | Editorial Central Florestal - Divulgação Científica
Em 19 de março de 2021
Com informações obtidas
de:
PELLEGRINI, A.F.A. et
al: ‘Decadal changes in fire frequencies shift tree communities and functional
traits.’ Nature Ecology & Evolution, February 2021. DOI: 10.1038/s41559-021-01401-7.
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