A principal causa pode estar ligada as mudanças climáticas e aumento de temperatura
Em toda a África, os maiores e mais antigos baobás começaram a
cair e a morrer, segundo uma nova pesquisa na revista Nature Plants.
Os cientistas acreditam que as secas prolongadas e o aumento das temperaturas podem
ressecar as árvores, deixando-as incapazes de suportar o peso de seus enormes
troncos.
"As maiores e mais antigas árvores são mais sensíveis às mudanças nas condições climáticas por causa de suas grandes dimensões", disse Adrian Patrut, químico da Universidade Babes-Bolyai, na Romênia, e principal autor do novo estudo.
"O novo artigo reúne informações que
mostram que a morte dos baobás milenar é provavelmente devido a uma combinação
sem precedentes de aumento de temperatura e seca", disse Jens Gebauer,
horticultor da Universidade de Ciências Aplicadas de Rhine-Waal, que não esteve
envolvido a pesquisa.
Os pesquisadores descartaram as doenças como
possível causa das mortes dos baobás. Em vez disso, eles suspeitam das
mudanças climáticas.
Na cultura local os baobás em tempos de fome, suas sementes
nutritivas alimentam os seres humanos e a vida selvagem, e a casca da árvore -
que pode ser removida sem matá-la - é uma fonte de nutrição e hidratação para
os elefantes.
Além dos
impactos nas pessoas e no meio ambiente, há também uma perda simbólica, disse
Jack Pettigrew, professor emérito de fisiologia da Universidade de Queensland
que estudou os baobás. Nos
últimos 12 anos, nove dos treze baobás mais velhos estão parcialmente ou
totalmente mortos, de acordo com o estudo.
Entre as vítimas, três monstros simbólicos: Panke, do Zimbábue, o baobá
mais velho com 2.450 anos, a árvore de Platland da África do Sul, uma das
maiores do mundo, com um tronco mais 10 metros de diâmetro e o famoso baobá de
Chapman do Botswana, no qual Livingstone gravou suas iniciais, classificado
monumento nacional.
Os pesquisadores descobriram essa situação de "escala sem precedentes" quase por acaso: eles estudaram essas árvores para desvendar o segredo de suas incríveis medições.
Para isso, entre 2005 e 2017, Adrian Patrut e seus colegas estudaram todos os maiores (e portanto geralmente os mais antigos) baobás da África, mais de 60 no total.
Viajando pelo Zimbábue, África do Sul, Namíbia, Moçambique, Botsuana e
Zâmbia, coletaram amostras de diferentes partes das árvores. Fragmentos dos
quais eles definiram a idade usando datação por carbono.
"Esta
é uma história triste", disse ele. "É perturbador
enfrentar a perda de algumas das árvores mais antigas e maiores do mundo".
Com informações de:
https://www.nytimes.com/2018/06/12/science/baobabs-climate-change-drought.html
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