É com muita honra e satisfação, que entrevistamos hoje o Professor Dr. José Sales Mariano da Rocha, nosso quarto entrevistado do Central Florestal, ele que é um dos primeiros Engenheiros Florestais do Brasil. A entrevista foi realizada por Luciano França, Administrador e Coordenador de Redação da Central Florestal, Leiam na íntegra abaixo:
Central Florestal: Professor José Sales, primeiramente muito obrigado por atender nosso convite! E a nossa primeira pergunta é sobre o que lhe motivou a cursar a Engenharia Florestal? Levando em consideração a década de 1960 e a novidade que era o curso no Brasil.
Professor José
Mariano: Caro Luciano, estava eu
entrando na Engenharia Civil em 1964 quando soube da criação do Curso de
engenharia Florestal em Viçosa – MG (como sabe, sou de Teixeiras, 13 km de
Viçosa) e o vestibular estava previsto para ingresso ao Curso no período da
Semana Santa (portanto uma época fora do normal para vestibulares) e nesta
ocasião o meu pai já se encontrava bastante doente e resolvi ver de perto este
novo Curso, pois se gostasse faria o vestibular e teria chance de conviver mais
perto do meu pai, caso fosse aprovado. Como não conhecia nada da Engenharia
Florestal resolvi perguntar ao Professor Dr. Carlos Socias Schlotfeld da UREMG,
hoje UFV (Professor muito viajado e conhecedor de todas as profissões,
palestrante emérito) sobre as características do Curso. Respondeu-me ele que se
trata de um Curso renomado e conhecido no Mundo há muitas décadas. Em função
desta nossa conversa, disse ao Prof. Schlotfeld: como sou aventureiro estou pensando em trocar a Engenharia
Civil pela Engenharia Florestal, o que o Senhor Acha? Ele respondeu-me que
competia a mim decidir, apesar de ele também ter espírito de aventureiro, disse-me. Esta resposta me bastou, fiz o
vestibular e entre 86 candidatos passei em décimo lugar, época em que foram
aproveitados 26 dos 86. Assim hoje sou um Engenheiro Florestal, Professor
Universitário e Aposentado pela UFSM como Titular, muito feliz e cada vez mais
acreditando na Engenharia Florestal, especialmente nos momentos atuais onde
estamos dominando também a área do Meio Ambiente (minha área de trabalho, mesmo
aposentado).
Central Florestal: Professor, como o
senhor vê após os mais de 50 anos da criação do curso de Eng. Florestal no
Brasil, quanto ao processo de estabelecimento dos cursos nas Instituições e
quanto à participação do profissional engenheiro florestal no mercado. Superou
suas expectativas ou poderia ter sido melhor?
Professor José
Mariano: Após 50 anos de Curso
firmei a minha convicção de que se trata do melhor Curso do Brasil e o mais
completo, pois cuidamos de cinco vertentes profissionais altamente relevantes,
quais sejam: Estudos da Vegetação, dos Solos Florestais, dos Animais
Silvestres, da poluição e aproveitamento dos Recursos Hídricos e da poluição e
despoluição do Ar. Enquanto as demais Profissões cuidam de somente uma vertente
profissional, por exemplo: a Agronomia cuida da Produção de Alimentos de origem
vegetal (o que é de vital importância para a nossa sobrevivência); a Zootecnia
cuida da Produção de Alimentos de origem animal; a Medicina cuida da Saúde
Humana; a Veterinária cuida da Saúde dos Animais; o Advogado cuida da Aplicação
das Leis (Legislação Nacional) e assim por diante, portanto uma vertente para
cada profissão enquanto a nossa responsabilidade é quíntupla (com cinco
vertentes profissionais e isto nos faz responsáveis pela vida animal e vegetal
na Terra).
Quanto ao
estabelecimento dos Cursos nas Instituições posso dizer que em Santa Maria
sempre foi muito bem e a Engenharia Florestal ficou entre os cinco mais
importantes, dos 120 Cursos de Graduação existentes na UFSM. Cada Instituição
de Ensino deve ser responsável pelo seu corpo técnico profissional.
Quanto à participação do
Engenheiro Florestal no Mercado de Trabalho tenho a dizer que estamos cada vez
ocupando mais as nossas reais posições que outrora ficavam nas mãos de outras
cinco profissões, que por incompetência profissional (ausência de currículos ou
currículos incompletos) foram largando e deixando as posições para os
verdadeiros profissionais, os Engenheiros Florestais. Este desiderato tem
superado as minhas expectativas.
Central Florestal: Professor, em
meio às histórias e questionamentos sobre a instituição detentora do primeiro
Curso de Eng. Florestal no Brasil. Na sua vivência desse momento incluso na
história do ensino florestal no Brasil, o que de fato aconteceu sobre a
instalação do curso em Viçosa e posterior transferência para Curitiba, e da
criação imediata novamente do curso em Viçosa após tal transferência?
Professor José
Mariano: Na verdade insofismável
vou lhe dizer exatamente e resumidamente o que aconteceu: O primeiro Curso de Engenharia Florestal do Brasil foi
negociado em 1955 pelo Dr. José Mariano da Rocha Filho (então Reitor e fundador
da UFSM) com técnicos da FAO, na Alemanha, para ser instalado em Santa
Maria-RS, pois na época o Rio Grande do Sul era o maior exportador de Araucária
angustifólia (pinheiro brasileiro) do País e isto era quase suficiente para
justificar o Curso nesta cidade, além de que a UFSM oferecia toda a
infraestrutura para a instalação do Curso. A burocracia segurou o tema por mais
de dois anos e em 1957/58 algumas reuniões foram feitas no Brasil em busca da
criação do referido Curso. Em fins de 1959 representantes do Governo Brasileiro
(Dr. Paulo Ferreira de Sousa, Prof. Belo Lisboa, Dr. Edson Potsch Magalhães,
entre outros) e representantes da FAO reuniram-se com o então Presidente do
Brasil, o grande estadista Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, para definirem
a criação do primeiro Curso de Engenharia Florestal do Brasil. Após várias
horas de discussões o Presidente definiu: Quero o Curso funcionando em 1960 e
tem que ser em Viçosa – MG (é óbvia a escolha) contra a vontade do pessoal da
FAO que queria que fosse em Curitiba. Assim o Primeiro Curso foi fundado em
Viçosa e funcionou por quatro anos na antiga UREMG (hoje UFV) e passados quatro
anos os Professores ligados a FAO conseguiram criar o segundo Curso em Curitiba (já em 1964, época da
denominada revolução, que de revolução mesmo nada teve), junto ao Centro de
Tecnologia, e levaram os alunos de Viçosa para lá. No mesmo ano o Professor
Arlindo de Paula Gonçalves conseguiu recriar o Curso da Escola Nacional de
Florestas na UFV com apoio americano e iniciou-se assim o quinto ano convidando
quem quisesse voltar de Curitiba. Voltaram para concluir o Curso em Viçosa:
Este que responde estas perguntas, Reinaldo de Jesus Araújo (já falecido),
Renato Mauro Brandi, Geraldo José dos Santos e Sebastião Moreira Ferreira da
Silva (já falecido).
Central Florestal: Professor, o senhor é
um dos cinco primeiros engenheiros florestais formados na Escola Superior de
Florestas da UREMG (Atual UFV), criada em Viçosa imediatamente após a
transferência do curso para Curitiba. Porque o senhor não quis ficar em
Curitiba? E como foi o diálogo entre os 5 estudantes que decidirem voltar para
Viçosa?
Professor José
Mariano: Posso dizer que na época
tinha minhas dúvidas, assim como vários colegas, pois o novo Curso criado em
Viçosa pelo Professor Arlindo ainda não tinha professores. Foi um risco muito
grande: trocar o certo
pelo duvidoso, mas valeu a pena, pois deu tudo certo. Decidi, com mais quatro
colegas (já citados) voltar para Viçosa pelas seguintes razões: acreditamos no espírito batalhador do
Professor Arlindo de Paula Gonçalves, tínhamos nossas famílias na região (todos
nós mineiros uai) e o prestígio da Universidade de viçosa era bem maior que o
da Universidade de Curitiba, como é ainda hoje, e esta foi a gota d’água na
nossa decisão. Como era época da denominada Revolução, nós cinco decidimos
voltar para próximo das famílias com medo, também, de uma crise maior, pois na
época o Senhor Carlos Lacerda disse: “Revolução no Brasil é como lua de mel na
França, não há derramamento de sangue” e isto custou-lhe, pelo que soubemos na
época, a sua cassação. Hoje sabemos que a Revolução de 64 foi mais benéfica que
maléfica e todos os nossos colegas se deram muito bem, aqueles que ficaram em
Curitiba e nós que voltamos para Viçosa.
Central Florestal: Professor José Sales, da sua turma original, àqueles ainda em
vida, onde estariam atualmente os seus amigos da primeira turma?
Professor José
Mariano: Nós de Viçosa, estamos
gozando merecidamente as nossas aposentadorias e acredito que a turma de
Curitiba esteja fazendo o mesmo, apesar de estarmos ainda na luta lecionando
Cursos de Aperfeiçoamento e desenvolvendo trabalhos na área Ambiental (Caso a Central Florestal tenha interesse poderemos fazer uma
reportagem especifica sobre os Projetos Ambientais que o Brasil tem e que
precisa com urgência).
Central Florestal: Professor, temos visto na última década um aumento gradativo do
número de cursos de engenharia florestal, e novos engenheiros florestais
formados no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais,
já são 68 cursos de bacharelado espalhados por 58 instituições de ensino pelo
território nacional. O senhor se vê otimista quanto a esse crescimento? O
mercado conseguirá atender tantos novos engenheiros?
Professor José
Mariano: Quando o Brasil tiver
uma política decente e quiser
salvar seus Recursos Naturais Renováveis (água,
solo, ar, vegetação e animais silvestres, nossas cinco vertentes profissionais)
passo a acreditar que o número de Cursos é ainda muito pequeno, apesar de saber
que alguns Cursos não seguem o ditame do respeito aos RNR, com Currículos
inapropriados, e, como consequência, estamos observando algumas evasões, o que
é lamentável e acho que a culpa é de Professores e Coordenadores (Diretores)
que não vestiram ainda a nossa camiseta.
Central Florestal: O senhor atualmente é professor titular da
Universidade Federal de Santa Maria. Durante sua formação acadêmica,
o senhor foi ao exterior, inclusive à Israel na busca por aperfeiçoamento na
área. Quanto ao Brasil, hoje, em termos de ciência florestal, academia,
pesquisa, como o senhor vê o nível de competitividade do país quando comparado
aos demais, foi uma exitosa evolução? Ou ainda há muito o que fazer na ciência
florestal?
Professor José
Mariano: Crescemos bastante, além
das expectativas. Passamos por um período onde os nossos colegas, inclusive
aqui em Santa Maria, só acreditavam na vertente VEGETAÇÃO (Floresta) e isto nos
fez andar contra a correnteza por alguns anos, época em que perdemos, para
outras profissões, grandes partes das nossas outras vertentes profissionais,
como pesquisas e trabalhos técnicos nos Recursos Hídricos, nos Solos Florestais,
no Ar (poluição/despoluição Atmosférica) e Pesquisas/repovoamentos ambientais
dos Animais Silvestres. Por descuido de alguns colegas, que ocupavam posições
de mando no Governo e nas Universidade (não foi o nosso caso, pois sempre
lutamos pelas cinco vertentes), perdemos algo importante também na vertente
Vegetação (como a Silvicultura e o Manejo Florestal, por exemplo). Felizmente
estamos recuperando todas as vertentes e o tempo mostrará que somos (nós
Engenheiros Florestais) os únicos capazes de trabalhar, técnica e
cientificamente com os Recursos Naturais Renováveis (nossa grande missão e
profissão de fé juramentada). Por derradeiro diria que a nossa evolução foi
bastante exitosa no quesito Vegetação e deixa muito a desejar nas demais
vertentes (devido ao descaso e despreparo dos nossos profissionais para aquelas
vertentes). Note-se que o Meio Ambiente (RNR) é ainda bastante desprezível no
Brasil (não dá voto), vejam o que está acontecendo, por exemplo, com o
Amazonas, com as Construções de Represas sem Passivos Ambientais, com os
Desastres Ecológicos sem Passivos Ambientais (como o de Mariana – MG), com a
Seleção de áreas para colocação de Lixões e Aterros Sanitários em desrespeito
às Micro Bacias Hidrográficas, com a Ausência de Zoneamento Ambiental em todos
os Municípios do País (raríssimas exceções), com as Avaliações Científicas dos
Impactos Ambientais em todos os Empreendimentos sobre a Natureza etc. etc. Aí
se vê claramente o que falta a fazer nas Ciências Florestais.
Central Florestal: Quanto a sua linha de atuação e pesquisa, o senhor tem forte
relação com os Sistemas de Informações Geográficas, Fotointerpretação e
Geotecnologias em geral, aplicadas à Engenharia Florestal. Há algum motivo
especial para escolha desta área? Sobretudo tendo em vista que para vossa
década de formação acadêmica, certamente deveria ser uma área ainda com certas
limitações tecnológicas, e parcialmente forte gargalo apenas dos países mais
avançados.
Professor José
Mariano: Na verdade meu caro
interlocutor, a nossa área original foi a Fotogrametria e a Fotointerpretação,
escolha esta devido à nossa origem como Professor de Cursinho Pré-vestibular em
Viçosa onde lecionamos Matemática por cinco anos e fomos também Professor de Física
no Colégio de Viçosa (3º Ano Científico). Estas disciplinas fechavam muito bem
com a Fotogrametria e a Fotointerpretação. Por esta razão colei-me ao Professor
da FAO Frederik Van Dillewijn (Holandês) especialista nestas áreas e meu
Professor, onde pudemos aprender inúmeras tecnologias nestas disciplinas.
Trabalhamos durante 20 anos nesta área, lecionando para Cursos de Graduação,
Especialização, Mestrado e Doutorado, onde tivemos a oportunidade de participar
diretamente na Criação de todos estes Cursos. Nestes 20 anos foi-nos possível
entender a formação terrestre, a sua destruição, o abandono e a falta de sua
recuperação. De cima (observando imagens orbitais e suborbitais) via-se como a
Terra chegou a ser deteriorada em 50 bilhões de toneladas por ano (perdendo
apenas pela deterioração natural causada por terremotos, inundações, vendavais,
erosões naturais, vulcões e chuvas torrenciais, que causam deteriorações da
ordem de 51 bilhões de toneladas por ano). Estas observações e estudos
direcionaram a nossa índole científica para o MEIO AMBIENTE, onde trabalhamos
mais vinte anos nesta área, até a nossa aposentadoria.
Central Florestal: Como engenheiro florestal consolidado e com muita experiência,
quais os principais desafios o senhor enfrentou durante toda sua carreira,
sobretudo até hoje?
Professor José
Mariano: As nossas dificuldades
começaram com a nossa vinda para Santa Maria – RS, onde fomos convidados pelo
Reitor já citado para criar na UFSM o Curso de Engenharia Florestal. Fizemos o
Projeto e foi uma “briga de foice no escuro” para aprova-lo no Colegiado do
Centro de Ciências Rurais da UFSM. Os Agrônomos diziam que não havia
necessidade deste Curso e conseguimos provar para eles que a Engenharia
Florestal existiu muitos anos antes da criação da agronomia e que não tínhamos
a mínima relação com eles, bastava examinar as propostas curriculares (enquanto
cuidaríamos da Vida sobre a Terra, através do Manejo Técnico Científico dos
RNR, os Agrônomos cuidariam da Produção de Alimentos de origem Vegetal,
portanto, nada a ver). Como curiosidade vale ressaltar que na época já
introduzíamos no currículo o Sensoriamento Remoto no Curso de Engenharia
Florestal e, um infeliz, para gozar da situação, teve a audácia de dizer: O Professor Rocha está doido, querendo
introduzir no seu Curso fantasias do “Flash Gordon”, isto não existe”, foi
quando mostramos para ele as primeiras imagens do LANSAT, por sinal bem nítidas
(importamos diretamente da NASA) e quem foi gozado no final foi o audacioso.
Assim foi aprovado o Curso de Engenharia Florestal na UFSM, o terceiro do
Brasil (na época Piracicaba, que seria o terceiro, tinha somente o Curso de
Silvicultura).
Central Florestal: Professor, na Engenharia Florestal há muito tempo fala-se da
problemática da pouca participação dos engenheiros florestais nas câmaras do
sistema CONFEA/CREA, por todo o Brasil. Qual seu posicionamento sobre essa
ausência da classe em cargos estratégicos do sistema? Esse distanciamento pode
causar atraso para a classe?
Professor José
Mariano: Esse distanciamento é
bastante prejudicial. Particularmente participamos de várias atividades junto
ao CREA-RS, época em que fomos agraciados com a Medalha de Engenheiro do Ano.
Temos acompanhado, pelo whatsapp (ENTIDADES LIVRES/EF), inúmeros movimentos da
Classe Florestal brasileira tentando criar novas Entidades e buscando uma maior
participação na Câmara do Sistema CONFEA/CREA. Acreditamos que se os colegas
pararem de brigar entre si e atuarem buscando estes objetivos, em poucos anos a
nossa participação no Sistema será bastante significativa e eficiente.
Central Florestal: Professor José, como a crise política,
econômica e de valores pode afetar o ensino florestal brasileiro, a ciência
florestal e a profissão do engenheiro florestal? O que podemos esperar para as
próximas 5 décadas de engenharia florestal no Brasil? Como o senhor vê a
profissão numa projeção de mais 56 anos.
Professor José
Mariano: A nosso ver a crise
política e econômica não vai afetar o Ensino Florestal Brasileiro e muito menos
a Ciência e a Profissão do Engenheiro Florestal, pois os responsáveis,
felizmente, estão indo para a cadeia e não serão jamais reeleitos. Vem gente
nova por aí e com boas ideias (que Deus nos ouça). Numa Projeção de 5 décadas
ou mais vejo a Redenção da Engenharia Florestal, pois para salvar o Planeta
Terra o “Nó Górdio” está amarrando as citadas cinco vertentes já mencionadas e
somente os Engenheiros
Florestais saberão desatá-lo.
Central Florestal: Professor José Sales, chegamos ao final da nossa entrevista, e no
Central Florestal procuramos fortalecer a profissão a partir da valorização dos
estudantes, futuros profissionais, e procuramos levar ao vestibulando as
principais características do curso, de forma a desperta-los para a profissão.
Gostaríamos que o senhor deixasse uma mensagem de ânimo, apoio e de orientação,
para todos os estudantes de ensino médio interessados em cursar engenharia
florestal, aos graduandos e profissionais da engenharia florestal
recém-formados, e no geral a toda a classe.
Professor José
Mariano: Nos anos 70, quando
Coordenávamos o Curso de Engenharia Florestal da UFSM, íamos a todas as Escolas
de Ensino Médio de Santa Maria (Escolas Estaduais, Municipais e Particulares)
onde palestrávamos para os alunos do Terceiro Ano mostrando a eles que todas as
profissões eram importantes e que para a
salvação do nosso planeta a
Engenharia Florestal era cinco vezes mais importante que qualquer outra
profissão (e agora vocês já sabem que é verdade) e ninguém pode negar isto.
Falávamos sobre o currículo, áreas de emprego e tudo o mais. Deu excelentes
resultados e tivemos grande fluxo de candidatos naquelas ocasiões. Pensamos ser
uma medida que pode ser retomada pelos Coordenadores dos 68 Cursos de
Engenharia Florestal do Brasil. Inúmeros Profissionais, bem sucedidos, alguns
já aposentados, já nos disseram, pessoalmente, que ingressaram na Engenharia
Florestal em função das palestras que ouviram quando as proferimos e que nunca
se arrependeram de terem abraçado esta novel (novel no Brasil) e tão importante
profissão. Aos estudantes em geral, aos graduandos e aos profissionais da
Engenharia Florestal, fazemos profissão de fé que acreditem: “Das mais de cinco
mil Prefeituras do Brasil, todas, sem exceção, necessitam, de pelo menos, dois
Engenheiros Florestais para cuidar dos RNR vinculados à responsabilidade da
Prefeitura”. Santa Maria possui mais de cinco. Através das Prefeituras (células
Ambientais que compõem o Estado e o País) poderemos consertar, conservar e
perpetuar o Meio Ambiente do Brasil.
A propósito, se cada
Prefeitura do País solicitar somente um Engenheiro Florestal neste ano, não
haverá possibilidades de atender a todas (faltam profissionais) e ainda alguns
fracos de espírito falam em desemprego.
A nossa mensagem final
para toda a classe de Engenheiros Florestais do Brasil é a seguinte: Quando
adentramos na profissão estava tudo escuro e no final do túnel víamos uma luz
brilhando. Por cinquenta anos andamos pelo túnel, desencravando ilusões,
rompendo desilusões, navegando na contra mão e contra a correnteza e chegamos
lá, ainda vivos e com muita saúde, Graças ao Bom Deus. Aquela luz distante hoje
é imensa e muito brilhante e já nos mostrou os altos píncaros que almejávamos
alcançar e alcançamos. Hoje podemos lhes dizer com segurança absoluta: VOCÊS
ABRAÇARAM A MELHOR E MAIS BELA DE TODAS AS PROFISSÕES, NATURALMENTE NÃO
DESMERECENDO AS DEMAIS.
FAÇAM DA ENGENHARIA
FLORESTAL A SUA PROFISSÃO DE FÉ, POIS A NOSSA MISSÃO É CUIDAR DA NOSSA ÚNICA
CASA NO UNIVERSO: A TERRA..
Forte Abraço para
todas(os): Professor José
Sales Mariano da Rocha
(jsmrocha@gmail.com)
E você caro engenheirando ou engenheiro florestal, o que achou das palavras do nosso entrevistado? Se possível, deixe seu comentário! Até Breve!
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❤
ResponderExcluirFantástico Central Florestal. Só faltou o Mestre convidar a garotada do Facebook e do whatsap, para participarem das discussões e apoios à classe. As associações estão se esvaziando, os Mestres em Engenharia Florestal nas Universidades estão cada vez em menor número abrindo espaço para que outras categorias se apoderem do ensino na nossa área. Se "cuidamos de cinco vertentes" e somos "o melhor curso do Brasil" precisamos nos fortalecer institucionalmente e sermos responsáveis com a formação e com a continuidade da nossa profissão no cenário profissional.
ResponderExcluirBaita entrevista
ResponderExcluirÓtima entrevista do excelente professor Rocha! Este fez a diferença em muitas vidas. Inclusive na minha.
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