V Congresso Nordestino de Engenharia Florestal (CONEFLOR) foi realizado em Bom Jesus, Piauí
Informações de: Painel Florestal
Professora Bruna Souto, coordenadora do Evento |
O município de Bom Jesus, localizado a 640 quilômetros de Teresina
(PI), foi nesta semana a capital do nordeste brasileiro para o setor
florestal. A quinta edição do Coneflor – Congresso Nordestino de
Engenharia Florestal – tratou das potencialidades da região para as
florestas de produção. A
coordenadora do V Coneflor, a Professora Doutora Bruna Souto, destacou
que o evento se iniciou parabenizando o Dia do Engenheiro Florestal, que
no Brasil é comemorado em 12 de julho. "A realidade do nordeste não é
terra rachada. O congresso vai contribuir para o fortalecimento do setor
no cenário nordestino e, como conseqüência, no cenário brasileiro. São
mais de 300 trabalhos inscritos", disse Bruna Souto.
O presidente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, Carlos
Adolfo Bantel, frisou que o nordeste tem uma característica única:
semi-árido mais populoso do mundo. No entanto, ele mencionou que o Sudão
– país situado no continente africano – tem uma vegetação mais
castigada que o nordeste brasileiro e lá existe uma floresta. "No Piauí,
na região do município de Bom Jesus, está localizado o maior
reservatório de água no Brasil – tudo no subsolo. A região precisa de
empreendedores", observou Bantel, que proferiu a palestra de abertura do
congresso.
Florestas energéticas são a nova esperança da silvicultura no nordeste
Vegetação de semi-árido apresenta grande potencial energético. Foto: Luciano França |
O semiárido brasileiro está em 8 Estados do nordeste e no norte de
Minas Gerais, em 1.133 municípios brasileiros, em um território total de
982.563 quilômetros quadrados. Nesta área, a população total chega 20,8
milhões. Este é o tamanho do desafio da silvicultura no bioma da
caatinga, que absorve a maior parte do semiárido. Estes
dados servem para os profissionais do setor florestal perceberem qual o
tamanho do desafio em fazer florestas energéticas, manejo e
sustentabilidade de espécies no semiárido brasileiro e foi o tema da
palestra do pesquisador da Embrapa Semiárido, Marcos Drumond, durante a
5ª edição do Congresso Nordestino de Engenharia Florestal – Coneflor –
realizado no município de Bom Jesus, no interior do Paiuí.
Segundo Drumond, é necessário recuperar as áreas degradadas devido
aos plantios de mandioca e outras culturas agrícolas, que se deslocam
conforme o enfraquecimento do solo. "Há áreas para a produção de energia
e outras que precisam ter um manejo adequado, além das locais que
precisam ser recuperados. Há lugares em que se pode plantar o eucalipto
para produção de energia e em outras plantar espécies nativas que foram
destruídas pela agricultura e, nas áreas preservadas, fazer o manejo
adequado", detalhou Drumond.
Segundo o pesquisador, há estudos que determinam quais as melhores
espécies nativas da caatinga para e lenha, carvão e madeira para estacas
e cercas, como também já existem variedades de eucalipto que suportam
temperaturas mais elevadas e déficit hídrico maior. "As chuvas
determinam até as melhores espécies da caatinga para serem aproveitadas.
As pesquisas estão avançando, a iniciativa privada está chegando com o
investimento. Além disso, há uma necessidade cada vez maior para
produzir energia limpa, por meio de biomassa florestal", explicou
Drumond. Outra alternativa que fervilha no nordeste é possibilidade real
de fazer a integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF).
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