Diariamente ficamos expostos a barulhos que chegam a pelo menos 80 decibéis, acima dos 55 decibéis, ruído máximo aceitável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
Você
já deve ter ouvido falar dos diversos benefícios que as árvores proporcionam
aos seres humanos e ecossistemas em geral, dentre esses benefícios podemos
citar a sua importância na redução da poluição sonora, principalmente nos
grandes centros urbanos, onde a intensidade e a quantidade de veículos são
prejudiciais a audição humana se exposta por longos períodos de tempo.
Uma
das principais maneiras de atenuar esse problema é a utilização de barreiras
sonoras, dentre essas barreiras, há destaque para o uso das árvores que, além
do papel estético nestes grandes centros urbanizados, ajudam a combater também
a poluição sonora. Uma vantagem de usar as plantas como bloqueadores de ruído é
que elas ‘abafam’ melhor os sons nas frequências mais altas, sendo efetivamente
capazes de diminuir barulhos.
A
tipologia de vegetação da qual estamos a tratar, são principalmente árvores e
arbustos, as mais eficazes na reduzir a poluição sonora, através do fenômeno
chamado atenuação sonora, que nada mais é que a redução da intensidade
sonora. Outras formas de vegetação, tais como telhados e muros verdes e suas
derivações, também podem ser utilizadas como barreiras acústicas naturais,
entretanto, seus custos de implantação e manutenção são mais elevados.
O efeito da atenuação sonora ocorre
quando a energia do som se dissipa por longas distâncias até que não haja
energia suficiente para vibrar as moléculas de ar. Folhas, galhos e galhos de
árvores, arbustos e crescimento herbáceo absorvem e desviam a energia
sonora. A refração das ondas sonoras ocorre quando o som passa por
barreiras vegetativas e se curva em torno das estruturas das plantas.
Figura 1 – No caso de rodovias, barreiras artificiais podem ser complementadas
com barreiras naturais (Na ilustração a copa da árvore auxiliando na redução do
ruído).
Alguns cuidados devem ser tomados quando se
pensa em utilizar vegetação como barreiras sonoras, um deles, e o principal, é
a utilização de vegetação que seja de grande porte e frondosa e de extensão
superior a 30 metros de área verde. Em relação ao tamanho da árvore, ficou comprovado
que a redução de ruído tende a aumentar com a altura e porte das árvores.
Os
resultados publicados sobre a eficácia das barreiras de árvores e arbustos
variam enormemente; no entanto, uma revisão de Huddurt (1990) mostra que, em
alguns casos, o ruído pode ser reduzido em 6dB a uma distância de 30
metros, onde o plantio é particularmente denso. Leonard e Parr (1970) e
Reethof (1973) descobriram que uma densa faixa de árvores e arbustos com 15 a
30 m de largura poderia reduzir os níveis sonoros em 6-8 dB. Cook e Van
Haverheke (1972) também encontraram reduções no nível de ruído de 5 a 10 dB
para cinturões de árvores com 15 a 30 m de largura. Estes são estudos clássicos
a tratarem do tema, todavia, dezenas de publicações científicas mais recentes
disponíveis na literatura mundial, apresentam outros avanços e novidades sobre
o tema.
Figura
2 - Representação da atuação das árvores na redução de ruídos provenientes de
rodovias.
Algumas características devem ser consideradas antes da implementação de barreiras naturais com uso do componente arbóreo, são elas:
- Uma barreira contra o ruído deve ser
plantada o mais próximo possível da fonte de ruído;
- Largas extensões de árvores e arbustos de
alta densidade são necessárias para obter reduções significativas de ruído;
- A efetividade da redução de ruído está
intimamente relacionada à densidade de caules, galhos e folhas;
- Para a redução de ruído durante todo o ano,
deve-se utilizar árvores que mantenham suas folhas sempre verdes;
- O solo macio é um absorvedor de ruído
eficiente. O cultivo do solo antes do plantio e a adição de matéria orgânica na
superfície do solo também podem ajudar a reduzir o ruído enquanto a vegetação é
estabelecida.
Fontes de pesquisa:
BOM
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