Robson Oliveira Laprovitera é engenheiro florestal há 11 anos.
Ele diz que mudar de cidade para se dedicar às florestas é um desafio constante.
Ele diz que mudar de cidade para se dedicar às florestas é um desafio constante.
Robson Oliveira Laprovitera, 35, é engenheiro florestal há 11
anos e trabalha na International Paper do Brasil (IP Brasil),
onde exerce o cargo de gerente de sustentabilidade e gestão florestal.
A IP Brasil é o braço nacional da International Paper (IP), empresa constituída em 1898 que tornou-se uma das gigantes mundiais do setor de celulose e papel. No Brasil, a empresa iniciou suas atividades em 1960. Leia abaixo a entrevista foi com o Eng. Florestal:
Por que o senhor quis ser engenheiro florestal? Tinha
algum engenheiro na família?
Robson Oliveira Laprovitera - Quis ser
engenheiro florestal porque sempre fui muito ligado à natureza.
Pesquisei cursos relacionados com a natureza e vi que a
engenharia florestal caía como uma luva no que eu queria. Eu
morava no Rio de Janeiro num local rodeado por florestas e entre
as opções de cursos disponíveis, esse foi o que mais me chamou a
atenção. Ninguém da minha família era engenheiro florestal, mas
meu irmão também fez essa graduação.
Onde você estudou? O curso era o que o senhor pensava?
Laprovitera - Me formei na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, em 1997. O curso era muito além do que
eu imaginava, pois além das questões de meio ambiente, que era o
que eu realmente procurava, aprendi muita coisa relacionada à
ecologia e proteção dos recursos naturais. Além disso, o curso
ainda trabalha com o lado da produção florestal e dos bens
produzidos pelas florestas - como por exemplo fazer um plantio
de árvores para a produção de papel e celulose.
Qual foi o seu primeiro emprego?
Laprovitera - Foi aqui mesmo, na International
Paper do Brasil, onde estou até hoje. Comecei como estagiário,
passei pelo programa de treinamento e agora sou gerente de
sustentabilidade e gestão florestal da empresa.
Quais são as atividades de um engenheiro florestal
que é gerente?
Laprovitera - Existem várias áreas de
gerenciamento dentro da empresa. A minha está relacionada à
sustentabilidadedo manejo e sistema de gestão. O que seria isso?
O manejo florestal é a produção de florestas com respeito à
fauna e à flora e aos recursos hídricos. O sistema de gestão é o
acompanhamento ambiental do processo produtivo, ou seja, a gente
avalia cada etapa e aspecto do processo produtivo para não
agredir o meio ambiente.
Mas como o senhor descreveria a sua atividade de
forma mais simples?
Laprovitera - Eu trabalho no suporte à produção
de florestas. A gente tem que conservar áreas de ambiente
natural, pesquisar a fauna e a flora e conservar a
biodiversidade. E o meu trabalho é garantir que as áreas de
conservação evoluam cada vez mais e que seja preservada a
biodiversidade do local. Para você ter uma idéia, cerca de 25%
das terras da International Paper do Brasil são destinadas à
conservação da natureza.
Qual foi a maior dificuldade que já enfrentou na profissão?
Laprovitera - Acho que a maior dificuldade é
ter que sair da sua cidade, da sua região e se deslocar para um
ambiente natural. Para exercer a profissão, a maioria dos
engenheiros florestais precisa se deslocar para regiões do
Brasil onde existem florestas. Não é como um profissional da
área de medicina, de odontologia, que consegue se estabelecer na
sua cidade ou próximo de onde nasceu. Muitos engenheiros têm de
ir morar na Amazônia, por exemplo. Essa mudança exige muita
disposição e adaptabilidade. É um desafio que os engenheiros
florestais têm que aceitar.
E qual a melhor parte da carreira?
Laprovitera - A melhor parte é poder contribuir
para o desenvolvimento sustentável do nosso país, fazendo com
que ele cresça conservando o meio ambiente.
Agora vamos falar da produção de papel. O senhor
tem como explicar, de forma bem simples, como é o processo
de fabricação de papel?
Laprovitera - Claro. Tudo começa na produção de
mudas de árvores. Aí o engenheiro florestal vai plantar essas
mudas para começar o reflorestamento. Depois de uns seis anos,
começa a colheita dos eucaliptos. Em seguida, essas árvores são
transportadas para a indústria. Esse material é convertido em
pequenas lascas de madeira, que vai sofrer um processo para a
fabricação de celulose. A partir da celulose, você inicia a
fabricação do papel. Na International Paper, por exemplo, uma
árvore de eucalipto produz cerca de 18 mil folhas de papel
sulfite tamanho A4.
Quais dicas o senhor daria para o vestibulando que
quer ser engenheiro florestal?
Laprovitera - O vestibulando tem que entender
que a engenharia florestal não se resume apenas às questões de
proteção do meio ambiente. A carreira está muito relacionada à
produção de bens e serviços. O curso é bem focado e é um misto
de ciências e exatas. Tem muita matemática, física, química, estatística.
Entrevista cedida ao G1
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