SOS Mata Atlântica inclui Piauí como área de Mata Atlântica
Com a inclusão do Piauí no levantamento e mapeamento de Mata Atlântica a área original que resta do
bioma é de 8,5%. Até o levantamento anterior, sem o Piauí, esse dado era de 7,9%.
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) divulgaram na véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente
(5/6), em entrevista coletiva, os novos dados do Atlas dos Remanescentes
Florestais da Mata Atlântica, no período de 2011 a 2012. A iniciativa
tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan. Os
dados completos e relatório técnico podem ser acessados nos sites www.sosma.org.br e www.inpe.br ou diretamente no servidor de mapas http://mapas.sosma.org.br.
O estudo aponta total de supressão de vegetação nativa de 23.548
hectares (ha), ou 235 Km². Destes, 21.977 ha correspondem a
desflorestamentos, 1.554 ha a supressão de vegetação de restinga e 17 ha
a supressão de vegetação de mangue. Na comparação dos 10 Estados
avaliados em todos os períodos (BA, ES, GO, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP)
o aumento foi de 29% em relação ao período anterior (2010-2011) e de
23% em relação aos três últimos anos (2008-2011).
A taxa anual de desmatamento é a maior desde 2008. No período 2008 a
2010, a taxa média anual foi de 15.183 hectares. No levantamento de 2010
a 2011, a taxa anual ficou em 14.090 ha.
Os dados foram apresentados por Marcia Hirota, diretora de Gestão do
Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica; Flávio
Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE; e
Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação.
O levantamento apresenta, pela primeira vez, os remanescentes
florestais do Piauí, que totalizam 34% da área original no Estado
protegida pelo Mapa da Área da Aplicação da Lei da Mata Atlântica
(11428/2006). “As áreas do Piauí abrangidas pelo Mapa da Aplicação da
Lei possuem formações florestais naturais características do bioma em
bom estado de conservação, mas a pressão das carvoarias e agora também
da soja é grande no Estado“, observa Marcia Hirota.
Flávio Jorge Ponzoni, do INPE, ressalta a importância de conseguir
mapear toda a extensão da Mata Atlântica. Ele destaca ainda que esta
nova edição do estudo apresenta a versão preliminar do Mapa do Bioma
Mata Atlântica, que inclui as áreas naturais como campos, várzeas,
refúgios, cordões de restinga e dunas, o que difere das versões
anteriores que apenas mapeavam os remanescentes florestais.
Para Mario Mantovani, o levantamento é importante para monitorar os
impactos das mudanças decorrentes das alterações no Código Florestal,
aprovadas há um ano. “Graças ao Atlas a Mata Atlântica é o único bioma
com uma lei específica. E as informações qualificadas e geradas
periodicamente pelo estudo darão suporte para o acompanhamento do
cumprimento do Código e a execução do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
do Programa de Regularização Ambiental (PRA)“, enfatiza. Ele também
considera fundamental que os cidadãos acompanhem os dados sobre seus
municípios e cobrem os governantes locais para que elaborem os Planos
Municipais da Mata Atlântica.
Com a inclusão do Piauí no levantamento e mapeamento de toda a área
de aplicação da Lei da Mata Atlântica, a área original que resta do
bioma é de 8,5% – a Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil.
Até o levantamento anterior, sem o Piauí, esse dado era de 7,9%. Se
forem considerados todos os pequenos fragmentos de floresta natural
acima de 3 hectares, o índice chega a 12,5%.
Por causa da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de
imagens via satélite, foram avaliados 81% da área total do bioma Mata
Atlântica que, de acordo com a lei, possui 1.309.736 km2.
Para fazer o download de imagens das áreas monitoradas, em alta resolução, em:
*Informações de SOS Mata Atlântica/INPE/ Alterado por Portal Florestal
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